No Facebook, temos a esposa que fica mandando recadinhos fofuxinhos para "o melhor maridinho do universo ever!" ou o cara que fica postando fotos dela com comentários do tipo "te amo, gata!", como se não estivessem na mesma sala e não pudessem falar tudo isso pessoalmente.
Na vida real, temos os que se dão beijinhos constantemente e falam um com o outro no diminutivo e com voz de bebê. Mesmo quando o outro não está presente, são só elogios e sorrisos. In-su-por-tá-vel.
Odiamos casais que nos fazem lembrar que são casais. Odiamos casais que parecem ser felizes. Odiamos casais que não parecem ser felizes, mas que insistem em DPA (demonstrações públicas de afeto). Odiamos casais. Mas, por quê?
Reuni alguns possíveis motivos para esse fenômeno.
1. Eles só podem estar mentindo
Nós sabemos, através das estatísticas, às vezes por experiência e pelos relatos dos nossos parentes, que é impossível um casal estar tão apaixonado! Lemos aquela pesquisa que diz que paixão só dura no máximo dois anos. Isso significa que, obviamente, depois disso, o casal só está meramente se tolerando, não é? Eles fingem que são felizes para aparecer ou para se consolar da triste verdade: se detestam, mas estão presos em um relacionamento mantido só pelo público.
2. Eles não sabem do que estão falando

Juras de amor de casais casados são irritantes porque eles obviamente são obrigados a fazer isso, agora que se comprometeram legalmente a estar juntos. As juras de amor são feitas, não por uma emoção grande que os motiva, mas pela tentativa de melhorar a nhaca que é seu relacionamento legalmente e permanentemente estabelecido.
3. Eles nos lembram do que nos falta
Quando estava solteira, me irritava já um pouco com os nhenhê, uiuiuis dos casaizinhos.

OK, talvez meu cérebro gritasse com um pouco menos de interrogações. Ou não.
4. Nós somos pessoas cínicas e amarguradas
Eu sei, eu sei, você não é. Estou falando de mim e de outras pessoas.
Nós, embora aparentemente felizes e otimistas e amantes da vida, quando se trata de relacionamentos românticos, adotamos a atitude que consideramos mais sábia, experiente e inteligente: questionar, ironizar e enxergar tudo com a pior lente possível.
Isso com o relacionamento dos outros, é claro. De alguma forma, o único relacionamento romântico que consideramos legítimo, especial e verdadeiro é o nosso próprio. Quando solteiros, sonhamos com uma linda história de amor, aquela que não acreditamos ser possível de acontecer com qualquer outra pessoa. Quando estamos em um relacionamento, nos achamos envolvidos em uma trama única, temos lembranças que não trocaríamos por nada. Cada curva, cada esquina, cada aprendizado, cada transformação e até mesmo cada erro torna tudo oh-tão-fantástico. Mas, somente para nós.
Enxergamos segundas intenções por trás de tudo, falsidade em cada palavra, procuramos motivações ocultas para as escolhas de um pelo outro, como se outra motivação fosse necessária além do amor. Não acreditamos nos relacionamentos dos outros porque não acreditamos no ser humano. Só em nós mesmos.
Adoramos histórias de amor em filmes, porque não temos motivos para duvidar de personagens fictícios. Será que poderíamos dar a mesma dose de confiança para pessoas reais?
E você, alguma vez já ficou irritado(a) com as demonstrações de afeto de algum casal? Decidiu mudar de atitude a partir de agora?