Após um dia fantástico e romântico, tomamos sorvete e passeamos por uma ponte sobre o rio Meno em Frankfurt, conversando aqueles tipos de coisas bobinhas que casais conversam, quando meu amor me diz:
– Acho que quando estivermos casados há dez anos nos sentiremos tão velhos...
– E há vinte, então.
– Trinta anos de casados e com netos, talvez? Aí nos sentiremos velhos mesmo!
Será?
Há poucos anos diziamos que nos sentiríamos velhos quando estivéssemos finalmente casados. Aqui estamos e já faz um ano desde que casamos.
Velhos?
Velha eu me sentia mesmo na adolescência, aprisionada naquele lugar sombrio entre o "quem sabe um dia", "poderia ter sido" e "tudo que já passou". A delícia do agora agora é minha, portanto agora só posso ser jovem.
E é assim que eu quero ser, durante os tantos anos que desejarem ser nossos: de braços entrelaçados com os seus, cheia de netos adultos e realizados, ainda uma jovenzinha de cabelos brancos e muitas rugas, ainda apaixonada, ainda sonhando, ainda feliz de viver o agora ao seu lado.
Ou seja, jamais seremos velhos, meu amor. Só seremos quase jovens de novo.